Crítica Socialista, n. 2, mar./abr. 2025

Publicação em 28 de abril de 2025.

Guerra Russo-Ucraniana, três anos depois
Michael Roberts

Os impactos econômicos e humanos dos três anos da Guerra Russo-Ucraniana e as perspectivas para o acordo de paz, ou o armistício. Embora houve algumas melhorias pontuais, o fim do conflito poderá ter efeitos negativos à Rússia. A Ucrânia não terá uma reconstrução fácil e continuará a ter sua população e seus recursos naturais superexlorados pelas potências imperialistas do capital.

A motosserra de Trump
Sungur Savran

Em poucos meses de governo, Donald Trump iniciou o desmonte do pouco que existe de Estado de bem-estar social nos Estados Unidos, ameaçou aliados políticos e militares tradicionais de seu país, desorganizou o mercado capitalista mundial e a OTAN, e ainda trouxe para a pauta a Terceira Guerra Mundial. Embora tudo isso pareça irracional da parte dele, há um método por trás de sua de loucura.

China e a dinâmica capitalista na África: uma crítica estrutural
Michael Kpade

O ensaio pondera a respeito das relações econômicas da China com o continente africano por meio das lentes das lutas históricas e contínuas da África contra a dependência, a instabilidade econômica e o subdesenvolvimento, ao mesmo tempo em que defende uma compreensão equilibrada do papel da China na África dentro da dinâmica capitalista e advoga por políticas que promovam a soberania econômica e atenuem as crises sistêmicas inerentes ao capitalismo global.

A interminável crise peruana
Sebastián Sarapura Rivas

Por ocasião dos dois anos do Massacre de Juliaca, examinam-se as vicissitudes da política peruana desde 2016, passando pelas destituições dos presidentes Pablo Kuczynski, em 2017, Martín Vizcarra, em 2020, e Pedro Castillo, em 2022. Acompanha a crise política, as crises econômica e social. As classes trabalhadoras do Peru se mobilizam politicamente e enfrentam repressão policial, enquanto muitos partidos de esquerda do país se limitam a disputar eleições.

O duplo legado de Mario Vargas Llosa
Sebastián Sarapura Rivas

Esboço biográfico a respeito das virtudes literárias e dos vícios políticos de Mario Vargas Llosa, escritor peruano laureado, em 2010, com o Nobel. Vargas Llosa morreu em 13 de abril de 2025, em Lima, aos 89 anos.

A senilidade do PT chegou rápido demais
Carlos Bauer

Fundado a partir de um pluralismo ideológico, o PT, de modo gradual, adotou o pragmatismo político e ideológico e se acomodou nas esferas institucionais do Estado burguês. Essa metamorfose política ecoa nos sindicatos dos trabalhadores da educação, que se burocratizaram, sobretudo depois das eleições nacionais de 2002.

O pontificado de Francisco I
Osvaldo Coggiola

A busca por figuras carismáticas em meio ao desencanto com as instituições tradicionais e à crise de representatividade política das democracias burguesas resultou na bergogliomania, o movimento de êxtase irracional a respeito do papa Francisco. Publicado no contexto do ano de eleição de Jorge Mario Bergoglio ao papado, em 13 de março de 2013, analisa-se como o fenômeno social e midiático em torno do papa Francisco surge como uma resposta simbólica às insatisfações populares, destacando a ambiguidade entre sua imagem progressista e as estruturas conservadoras da Igreja Católica. Critica-se a apropriação midiática e política do papa recém-eleito, questionando a fé cega e irreal em seu potencial transformador tanto dentro Vaticano quanto no mundo, relacionando esse fenômeno à crise do capital.

A morte de um papa
Marco Ferrando

Com a morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, os jornais, de modo conveniente, louvaram o reinado dele e exaltaram o legado que ele deixará para o futuro da Igreja Católica e da política mundial. Isso não ocorreu só entre os meios de comunicação burgueses, mas também entre a esquerda. Embora Francisco I tenha sido, em algumas circunstâncias e opiniões, um papa progressista diante de seus predecessores, a instituição na qual reinava é, em essência, reacionária e favorável à ordem capitalista.

Resenhas

Vânia Bambirra, A Revolução Cubana, uma reinterpretação. Trad. de Elisabeth Zorgets e Leonardo Griz. Nota técnica de Carla Ferreira. Pref. de José Bell Lara. Apres. de Nuestro Tiempo. Pról. de Ruy Mauro Marini. São Paulo: Expressão Popular, 2024. 232 pp. (Nuestra América). ISBN 978-65-5891-144-9

Intan Suwandi, Cadeias de valor: o novo imperialismo econômico. Trad. de Letícia Souto. São Paulo: Expressão Popular, 2024. 232 pp. ISBN 978-65-5891-138-8

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